O Memorial de Dança da Universidade Federal da Bahia tem como missão a salvaguarda da memória da trajetória da Escola de Dança da UFBA, identificando e afirmando a produção artístico-acadêmica da instituição e seus impactos no cenário da Dança brasileira.
Compreende-se que um Memorial não é apenas um lugar para lembrar e contar histórias: é um espaço em que se constroem memórias; um espaço de criação, já que há uma pluralidade, resultante da singularidade individual, de acionar e manejar essa(s) memória(s). É também um lugar do presente, um lugar de acionamentos práticos, criativos, críticos e imaginativos, que aproximam passado e presente, portanto, um lugar também de ficções e fricções.
Criado no final dos anos de 1990 por iniciativa das Professoras Dulce Aquino e Therezinha Argolo, o projeto passa por um processo de atualização. Em médio prazo, pretende-se ampliar o alcance de sua missão, debruçando-se sobre a trajetória da Dança na Bahia.
O diálogo com a sala de aula, projetos extensionistas e de pesquisa, e a finalidade de se estabelecer como uma plataforma que acolha e fomente pesquisa e atividades no âmbito de sua missão, integram seus objetivos. Suas ações são desenvolvidas nos seguintes eixos: administrativo; estudos e pesquisa; e mediação cultural. Em sua dinâmica, discute a Dança em seus modos de fazer e tessituras entre a memória de experiências passadas e com o tempo presente. Os projetos extensionistas “Ciclos de Dança” e “Memórias Coreográficas” atuam no acionamento dessas tessituras. Em ambos os projetos, ações artístico-acadêmicas são desenvolvidas com a participação de professores, estudantes, técnicos-administrativos e egressos da Escola de Dança.
No momento, o Memorial de Dança da UFBA é impulsionado pelas pesquisas “Lugares de Memória(s) e Dança(s) na Bahia: o Memorial da Escola de Dança da UFBA como acionamento(s) de percepções artísticas e pertencimentos”; “Inventário dos Grupos Artísticos da Escola de Dança da UFBA”; e “Entre o pessoal e o institucional: o acervo da Escola de Dança da UFBA”.
Nesse sentido, os documentos ali encontrados, em diferentes suportes, apontam as marcas de grupos artísticos no desenho da Escola de Dança, desde a sua criação em 1956. Esses grupos desempenharam significativa contribuição, cumprindo a função de atuar na formação de artistas e de público em Dança, em intensa dialogia com a sociedade.
No âmbito da documentação já levantada, é possível entrar em contato com as criações de Yanka Rudzka no Conjunto Contemporâneo de Dança (1956-1959) através de fotografias, programas e material de imprensa. No acervo encontram-se os arquivos do GDC - Grupo de Dança Contemporânea da UFBA, projeto permanente da Escola de Dança, criado por Rolf Gelewski em 1965. O GDC-UFBA, ainda ativo, constitui-se de um intenso laboratório de criação artística. Na sua direção estiveram Dulce Aquino, Laís Góes, Clyde Morgan, Carmen Paternostro, Márcio Meirelles, Therezinha Argolo, Ivani Santana, Leda Muhana, Gilsamara Moura, Lucas Valentim, Lulu Pugliese, Daniela Guimarães, entre outros colaboradores.
Nos arquivos constam, ainda, vestígios do Grupo Juventude Dança (1961-1965), criado também por Rolf Gelewski, e do Grupo Experimental, criado pela professora e coreógrafa Lia Robatto em 1965 e trazido para Escola de Dança em meados dos anos de 1970, onde permaneceu até os anos de 1990. Além disso, é possível encontrar parte do acervo do Grupo Odundê, criado em 1981 através da pesquisa “Estudo do Movimento da Dança Afro-Brasileira” da professora Conceição Castro, com significativo desempenho na profissionalização de estudantes que estiveram na primeira formação do grupo. O Grupo Imagem (1990) completa o acervo que, em constante atualização e ampliação, ainda pretende receber e organizar a documentação de Grupos que estiveram, ou ainda estão, em intensa dialogia com a Escola, a exemplo do Grupo TranChan e do Grupo X de Improvisação.
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